Agosto laranja mês da conscientização sobre a esclerose múltipla
A Esclerose Múltipla é uma doença inflamatória crônica, degenerativa de caráter autoimune que afeta o sistema nervoso central e acomete adultos jovens (entre 20 e 40 anos). Os principais agentes responsáveis pelo desenvolvimento da doença são fatores exógenos, ambientais e genéticos. O diagnóstico é realizado a partir de exame clínico neurológico, ressonância magnética, líquido cefalorraquidiano e exames laboratoriais.
O curso clínico é diversificado e imprevisível, contudo, as manifestações típicas incluem, mas não estão limitadas a dor, fadiga, intolerância ao calor, alteração na bexiga e no intestino, fraqueza muscular, depressão, falta de equilíbrio e formigamento, além de dificuldade para caminhar, falar, enxergar e engolir.
A cura é improvável, mas o tratamento medicamentoso e as diversas modalidades de reabilitação e terapias são eficientes para contornar os sintomas incapacitantes. A abordagem às pessoas com Esclerose Múltipla deve ser multidisciplinar e, nesse sentido, as intervenções especializadas implementadas pelos centros de referência da doença são importantes para promoção da qualidade de vida.
Graças à iniciativa da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (ABEM), desde 2006 o Brasil comemora, no dia 30 de agosto, o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla. A data foi criada para informar a população sobre os impactos da doença e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
A ABEM celebra em 2020, 36 anos de trabalho direcionado às pessoas com Esclerose Múltipla, seus familiares, amigos e cuidadores. Durante essa jornada, atendimentos presenciais foram realizados nas áreas de arteterapia, fisioterapia, fonoaudiologia, neurologia, psicologia, psiquiatria, terapia ocupacional, terapias energéticas alternativas e urologia, entre outras.
Diante das condições impostas pela pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2/COVID-19), esses atendimentos migraram para a modalidade a distância e passaram a ser realizados a partir do uso de tecnologias da informação e telecomunicações.
A telemedicina e a telerreabilitação se tornaram fundamentais para manutenção dos atendimentos dessas pessoas, de modo a mitigar as incapacidades e melhorar as funcionalidades. Além disso, otimizou a aderência aos tratamentos na medida em que contornou as adversidades, dispensou os deslocamentos e a necessidade de acompanhantes, resolveu os entraves com transporte e ainda, potencializou o interesse pelos recursos tecnológicos, apresentando-se como solução imprescindível.
Dra Alice Estevo, é fonoaudióloga, pós-doutorada em Telemedicina e Coordenadora Científica da ABEM.